#Blog do Axis

A adolescência e seus anseios

A adolescência e seus anseios

Questionamentos como: “Professor, me deparei com uma situação e comecei a chorar sem motivos relevantes, isso é normal?” ou “Professor, não estou dormindo bem à noite, meu sono está leve, como faço para ter uma noite contínua?” ou “Professor, sem ter motivo, me sobe uma ira, uma vontade de gritar, mas não saio do lugar. O que será que está acontecendo comigo?” E, finalmente, “Professor, não estou conseguindo respirar” são perguntas cada vez mais frequentes na vida de um professor, sobretudo de Biologia, nesse momento pós-pandêmico, se assim podemos chamar.

Tais indagações não possuem respostas concretas e, em muitos casos, o lógico e a rapidez não atendem o fator biológico do ser.

Então o que teria acontecido com a juventude? Seria “mimimi”? Estaríamos criando uma geração “Nutella” ou seria ansiedade? Por acaso o imediatismo tirou nossa essência de entender o lógico e deixar fluir a nossa essência biológica ou será que é depressão? Estaríamos criando e educando nossa juventude adequadamente? Será que estamos errando? Diante de tantos questionamentos nos perguntamos: será que temos respostas? Sim, temos, e a ciência pode explicar.

O nervosismo, a falta de concentração, a dificuldade em respirar ou dormir e a irritabilidade estão conectados aos sintomas de ansiedade. O medo é uma resposta adaptativa dos seres vivos em situações de perigo e se apresenta como resposta a uma luta ou fuga. Assim, a ansiedade e o medo estão relacionados. Quando o medo não é solucionado, fatores biológicos, psicológicos e sociais resultam em consequências inesperadas, desenvolvendo um transtorno de ansiedade e, em alguns casos, em conjunto com a depressão.

A última Pesquisa Nacional de Saúde Escolar de 2019, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostrou que 40,9% dos escolares brasileiros de 13 a 17 anos se sentem irritados, nervosos ou mal-humorados na maioria das vezes ou sempre. De acordo com mapeamento realizado pela Secretaria de Educação de São Paulo, atualmente, 69% dos estudantes avaliados relatam sintomas de ansiedade e depressão, o que representa um número superior a 443 mil jovens. Estatisticamente temos os números, mas como achamos soluções?

Pesquisadores da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e da USP (Universidade de São Paulo) fundamentam os dados extraídos de suas pesquisas em dois fatores: o biológico e o psicológico.

O fator biológico se relaciona com o desenvolvimento do adolescente nesta etapa de sua vida. Na adolescência, o nível hormonal aumenta e a normalização da quantidade necessária para o corpo pode demorar, levando o adolescente a todos os estágios de emoções possíveis.

Por sua vez, o fator psicológico é a perda, que relacionada com o fim da infância, transformação do corpo infantil para o adulto, perda do aconchego dos pais ao colo, geram um verdadeiro luto, que, em muitos casos, requer um nível de consciência e maturidade que não foram adquiridos pelos adolescentes nessa fase da vida. Afinal, eles ainda não tiveram as vivências e experiências que o tempo proporciona na formação de cada um para lidar com os próprios problemas.

Em contrapartida, é possível observar que as experiências vividas trazem para o adolescente comportamentos de resistência e aptidão para encarar os desafios que a vida lhe proporciona. Essa afirmação pode ser positiva ou negativa.

Como pessoas em desenvolvimento, é importante que os adolescentes possam sofrer os lutos, as perdas e sentir todas as emoções e experiências possíveis amparados por uma rede de apoio, com pessoas em que possam CONFIAR e que lhes mostrem as opções de caminho, sem que os julguem, mas tão somente os ESCUTEM.

Assim, a aproximação com os adolescentes somente será possível quando eles tiverem uma rede de apoio efetiva ao seu redor. Sabemos que não existe um protocolo específico, pois as variáveis são infinitas e, diante disso, não podemos deixar de insistir e persistir na aproximação com os adolescentes, mesmo recebendo birras e respostas negativas de maneira frequente.

Independente do tempo, chegará o momento em que o adolescente irá ceder e será através da ESCUTA que conseguiremos nos aproximar e compreender as angústias de sua geração, para, sem julgamentos, oferecermos o direcionamento e a imposição de limites, pois é isso que ele espera de nós, adultos.

Rony Nunes
Biólogo e Professor de Ciências no Colégio Axis Mundi.

Gostou deste conteúdo? Aproveite também para acessar nosso blog e ficar por dentro de outros temas!
Para fazer uma visita e conhecer nosso colégio, entre em contato com a gente!

Venha conhecer o Axis pessoalmente! Vamos adorar receber a família toda!

Agende sua visita
Axis+
Envelope de Carta

Quer receber novidades e notícias do Axis?

Preencha os dados abaixo.